Eu
cantaria todas as canções que meu silêncio
desejasse
e
levaria tudo que meus olhos pudessem colher.
[e minhas mãos sonhassem]
Eu plantaria luas nos alpendres da tarde.
[e estrelas cadentes que quebrassem vidraças]
Na revolta dos sentidos
a pele seria:-um vasto campo de algodão ao som
das rajadas de vento:-e flor.
Que
nome dar ao verso se
ele não
me
responde?
Silencioso
segue
gritando
verdades
que
desconheço.
Fala
pelos olhos. Por mim.
Era
forte minha voz.Era. Agora é silêncio.
Cantar
para que / e quem?
Ouço a
música dentro e a letra rabisco
no
papel.
Ilegível
/ inaudível / intangível / canção
pra
ninguém.
Hoje
uma voz
vinda de dentro
não sei
de mim
ou do
rio
me
disse — vai
ser.
E se
calou fluída
feito
uma flauta doce — e eu
fui.
A vozquer dizer de outros cantos que não são meus.
Violentamente a vozme obriga a dizer
. . . . . . . . . . . . . . do que não sei.
Para onde vai a voz
quando se cala?
A música. A música. Para onde? As mãos do homem e suas cordas elos rompidos